Petista pretende anunciar em abril que concorrerá ao
Planalto pela sexta vez
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está decidido a
disputar pela sexta vez a Presidência, e o PT se organiza para fazer um evento
de lançamento da candidatura, provavelmente no mês que vem.
Com esse cronograma, Lula já sentaria na condição de
pré-candidato diante do juiz Sérgio Moro, no dia de 3 de maio, para depor na
fase final do processo em que é acusado de ter sido beneficiado pela
construtora OAS na compra de um apartamento tríplex no Guarujá (SP).
Petistas avaliam que o anúncio da intenção de disputar a
eleição de 2018 cria um fato político e, em caso de condenação, reforça o
discurso de vitimização e perseguição que o ex-presidente tem adotado desde que
passou a ser investigado na Lava-Jato. A condição de pré-candidato ajudaria
ainda a mobilizar os simpatizantes do ex-presidente a irem a Curitiba para
acompanhar a audiência. A CUT planeja organizar caravanas para fazer um espécie
de vigília na frente do prédio da Justiça Federal.
— Na minha avaliação, o Lula tem que ser lançado o mais
rapidamente possível. Temos que apresentar um projeto alternativo e mostrar que
o país pode voltar a crescer — afirmou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que
tenta viabilizar a sua indicação para presidir o PT e nega a intenção de
constranger Moro.
A ideia de Lula é fazer o anúncio da candidatura junto com
uma crítica dura às medidas econômicas do governo do presidente Michel Temer. O
petista tem feito uma série de reuniões com economistas.
Sem plano B para disputar o Planalto em 2018, o PT avalia
que é preciso apostar as fichas em Lula mesmo com o risco de o ex-presidente
ser enquadrado na lei da Ficha Limpa. Isso aconteceria se, além de ser
condenado em primeira instância em um dos cinco processos que responde, o
petista visse a decisão ser referendada na segunda instância.
Fonte: O Globo
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